domingo, 16 de dezembro de 2007

Sentei mais uma vez pra falar de amor.


Comédias românticas sempre me fizeram chorar...

Acho que é pq eu sei que na vida real as coisas não acontecem exatamente como nas comédias românticas.


Uma mulher com o coração partido... que não acredita mais no amor...
Um homem que sempre foi um mulherengo e que nunca se apaixonou de verdade...
Eles se encontram milagrosamente em uma situação muito pouco provável...
Logicamente eles se apaixonam!
Mas não... a vida não é simples assim... e por motivos mil eles precisam se separar...
Mas calma! Esse não é o fim!!!
O amor é mais forte do que isso e, de alguma forma mirabolante, eles ficam juntos!
O amor vence no final...
The end.


Na vida real a mulher com o coração partido não se parece com a Cameron Diaz,
Nem o solteirão bonitão é igual ao Jude Law.
Na vida real ele tem um dente a menos e ela ficou gravida com 15 anos...
Na vida real o coração partido dói e homens mulherengos são homens mulherengos...
A vida real não é como comédias românticas.

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Olha lá vai passando a procissão... ¹

Eram muitas pessoas caminhando, seguindo alguma coisa que não podia ser vista lá do fundo da fila.
Viam-se amigas se apoiando umas nas outras, casais de mãos dadas, senhoras idosas com lenços nas mãos, gente de todos os tipos. A única coisa que todas essas pessoas tinham em comum era uma imensa tristeza refletida nos olhos.
Umas mais do que as outras, algumas com o desespero nítido daqueles que já conseguiram realizar o que aconteceu, outras com um olhar perdido, como se perguntassem umas as outras se aquilo era verdade mesmo.
Eu esticava meu pescoço, me esforçava, mas não conseguia ver o que se passava a minha frente.
Duas senhoras ao meu lado começaram a conversar: "sonhei com papai, ele estava feliz", a outra respondeu apenas "hum".
Do outro lado pude ouvir uma voz mais alta, destoante do resto dos que caminhavam, me deu uma sensação ruim, aquela pessoa não devia estar alí, será que ela não percebia a tristeza no olhar de todos? Era apenas uma curiosa que dava plantão em eventos trágicos. Fiquei com raiva. Caminhamos por algum tempo, pude perceber que estavamos chegando ao destino. Fizemos uma curva e notei melhor o que se passava:
Havia um carro preto, coberto de flores abrindo caminho pelas ruas da cidade e atrás desse carro vinha todo o cortejo. A frente do cortejo a cena era desoladora, indescritível. Três pessoas lideravam a caminhada, e olhando para elas só consegui pensar em uma coisa, ficar em silêncio.
O céu estava azul, o dia era quente e bonito. Quando finalmente chegamos ao nosso destino, vi flores e pássaros, uma paisagem que ia contra o que se passava com a multidão mas que dava, nessa contradição, um ar mais calmo àquela tragédia.

E de repente tudo estava acabado, caixão selado, flores postas.

Tudo acabou em aplausos.

1- Procissão - Gilberto Gil

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Ordinary, nothing out of the ordinary.

Ela acordou querendo ser outra pessoa.
Abriu os olhos, olhou seu quarto e nada havia mudado.
Em seus sonhos podia ser qualquer pessoa, mas a realidade fazia menos sentido que os sonhos, então permanecia sendo quem sempre fora.

Seus defeitos já a haviam cansado, e suas qualidades nada haviam de especiais.

Queria ser aquele tipo de mulher que todos querem ser amigos, aquele tipo de pessoa que possui, no mínimo, uma qualidade grandiosa que a faz ser admirada.
Ás vezes queria ser a pessoa que mais a havia feito mal, aquela responsável por noites em claro e horas de discussões, ela sim parecia interessante, diferente.

Ela era comum, só mais uma na multidão.

Escovou os dentes, vestiu uma roupa qualquer e foi viver sua vida.
Não havia como mudar quem era, tinha que se conformar com isso.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Dos diários de Mariana... retrospectiva:

Parece que eu estou sempre esperando...

Esperando o dia chegar, o telefone tocar,
Esperando você resolver demonstrar alguma coisa...
Qualquer coisa que seja!
Também espero que tudo dê certo,
Que fiquemos juntos de alguma maneira,
Que eu seja, de fato, a mulher da sua vida...
Pelo menos por agora.

Eu espero que a esperança traga o que eu estou cansada de esperar.

04/06/07

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Gente é muito bom, Gente deve ser o bom... Tem de se cuidar, de se respeitar o bom¹

"Enquanto os homens exercem seus podres poderes
Motos e fuscas avançam os
sinais vermelhos
E perdem os verdes
Somos uns boçais"²

EGOÍSMO
Acepções■
substantivo masculino
1 amor exagerado aos próprios valores e interesses a despeito dos de outrem
2 exclusivismo que leva uma pessoa a se tomar como referência a tudo; excessiva vaidade, pretensão, orgulho, presunção

O problema é que o umbigo de cada um é maior que o mundo...
O problema é que na hora de pensar que as necessidades dos outros... bom... necessidades dos outros?

Assim não pode, assim não dá!

Não estou me colocando fora dessa, de jeito nenhum. Sou, inclusive, uma das pessoas mais egoístas que eu conheço... mas queridos, quando se sabe que é egoísta, o egoísmo dos outros torna-se infinitamente mais claro.
Não tenho como pretensão, nesse texto, resolver problemas... arrumar conclusões para nada. Quero apenas xingar... só isso mesmo!
E como ando amiga de clichês, devo dizer que "Navegar é preciso, Viver não é preciso"³ e eu não quero mais me decepcionar, então, da próxima vez que você resolver tomar uma atitude, da próxima vez que algum ato seu for infuenciar na vida dos outros, simplesmente me poupe!
E se eu fizer o mesmo, me xingue! Grite comigo... me bata! Qualquer coisa! Mesmo... por que eu não quero sair por aí decepcionando pessoas.
As pessoas, uma vez decepcionadas, demoram para recobrar uma visão otimista do mundo.

E tudo se torna feio... chato... desagradável.

Acha exagero? Decepcione-se, não é tão difícil, é só conviver com pessoas.

¹Gente - Caetano Veloso

²Podres Poderes - Caetano Veloso

³Argonautas - Caetano Veloso

terça-feira, 11 de setembro de 2007

clichê: o mesmo que chavão e lugar-comum.



"Oh! meu bem-amado
Quero fazer-te um juramento, uma canção
Eu prometo, por toda a minha vida
Ser somente tua e amar-te como nunca
Ninguém jamais amou"¹


Queria um amor de clichês.
Um amor de eu-te-amo's e vamos-ficar-juntos-para-sempre's.
Em que as brigas terminassem em risadas e os aniversários fosse extensamente comemorados.

Presentes...
Flores, flores, flores!
Declarações públicas de amor.

Ele me acharia linda... sempre... me acharia irresistível de cabelo preso e pijama, unhas mal feitas e sem maquiagem.

Jantaríamos a luz de velas todos os dias. Cinema, bar... vinhos à dois.

Dançaríamos demais... como bobos... pela sala e pela cozinha.
Riríamos de coisa alguma... juntos... faríamos tudo juntos.
Teríamos milhares de piadas internas que ninguém mais entenderia... mas isso não importaria às pessoas, elas veriam a beleza e a profundidade de nosso amor, e achariam nossa telepatia adorável.

Queria um amor de clichês que durasse para sempre.
Uma casa com cerquinhas brancas e um céu azul roial.

¹Por Toda a Minha Vida - Antonio Carlos Jobim / Vinicius De Moraes

terça-feira, 4 de setembro de 2007

"Todo dia ela faz tudo sempre igual..." ¹


"Todo dia ela diz que é pra eu me cuidar
E essas coisas que diz toda mulher
Diz que está me esperando pro jantar
E me beija com a boca de café" ¹

Ela estava sozinha... ela sempre estava sozinha.
A música que tocava no último volume dizia o que ela tinha vontade de dizer.
("this neat little domestic life ... is for meeee!!!!"²)

Imaginava acordar todo dia ao lado do mesmo homem, e que isso se tornaria tão comum que não seria mais com o mesmo encantamento que ela notaria sua cara de sono, seu modo de despertar.

Mas ela pensava que faria de tudo para se encantar todos os dias.

Imaginava seu humor matinal, seu jeito de espreguiçar e a preguiça de escovar os dentes mas a imensa vontade de beija-lo.
A vontade iria desaparecer, o jeito de espreguiçar se tornaria irritante e, o humor matinal, cansativo.

Mas ela pensava que faria de tudo para se encantar todos os dias.

Imaginava, ainda, a pressa para se aprontar, a falta de tempo para tomar café, a torneira quebrada e a falta de dinheiro... imaginava os problemas... só problemas... mil problemas.

Mas ali, sozinha, lembrando-se de frases de uma música em que um certo poeta parnasiano falava sobre a repetição dos fatos da vida, ela pensava que faria de tudo para se encantar todos os dias.

¹Cotidiano - Chico Buarque
²Neat Little Domestic Life - Of Montreal

domingo, 2 de setembro de 2007

Será que dá pra desaparecer???

Como pode existir uma pessoa assim, meu deus?!
Como é possível tanta falta do que fazer em uma pessoa só?!

Garota, você perdeu, entenda isso!
Vá viver sua vida e me deixe em paz!
Váarrumar um hobby, faça artesanato, corte-costura... não importa!
Ocupe-se e me deixe em paz!

Pronto! Precisava desabafar!

Agora você, meu querido... você é culpado disso tudo! Você é responsável por cada pedacinho dessa minha neurose! Você que deu corda, deu bola para tamanha loucura!

Virtual o cacete! Essa sensação na boca do estômago é bem real!

sábado, 25 de agosto de 2007

"Life, oh life... Oooh li-i-i-fe, oh life... tchu-ru tchu tchu" ¹



"[Ursula:] But you'll have your man. Life's full of tough choices, innit?
Oh - and there is one more thing. We haven't discussed the subject of payment.
[Ariel:] But I don't have any - "²


Mas agora tudo havia mudado...

A história começou de um acidente. Ela não queria, não podia, não devia...

Mas fez mesmo assim (ela sempre acabava fazendo as coisas, mesmo que sua consciência dissesse o contrário).

De um dia para o outro ele passou a ser relevante em suas escolhas, passou a fazer parte de seu dia-a-dia e de seus pensamentos.

De um dia para o outro ela não tinha mais isso...

Expectativas, vontades... tudo...

A vida inteira que podia ter sido e que não foi.³

E ela se arrependia sozinha de uma escolha que nunca foi dela.

¹ Life - Des'ree
² Poor Unfortunate Souls - Ursula
³ Pneumotórax - Manuel Bandeira (Em Estrela da vida inteira)

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

"Viver a divina comédia humana onde nada é eterno"¹


1 segundo é uma eternidade, e é nele que se encontra nossa história.

Preso dentro desse segundo estão as horas de risada, os dias de sexo e os anos de amor.
Ainda contido nesse segundo estão todos os momentos que eu passei chorando por você... e nesses momentos, em que o tempo se desdobrava em angústia e lágrimas, eu pedia para parar.
Nesse pequeno intervalo de tempo encontram-se as milhares de horas passadas ao telefone, nele cabem as conversas infinitas, as discussões sobre a relação e o silêncio, que sempre parecia tão eterno quanto o segundo.

Que o tempo é relativo já sabiamos... mas acho que nunca entendemos o quanto até entrarmos na nossa relação.

¹Divina Comédia Humana - Belchior

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Propriedade privada

As coisas parecem acontecer de uma forma que ela não tenho controle.

Ela não tenho controle sobre o que passa na cabeça das pessoas, nem sobre o que passa na sua própria cabeça.
As vontades das outras pessoas fogem do seu controle... muitas vezes suas próprias vontades também.
Nas ações das pessoas ela também não pode interferir.

Mas o mais frustrantes, o que mais a deixa desesperada, é o fato de ela não poder controlar o que vai acontecer agora, sendo que as coisas aparentemente dependem dela.

A decisão é dela, a vida é dela... o que vai acontecer depende dela.

Mas o que ela tenta dizer, gritar pra todo mundo ouvir, é que seu coração não é mais dela, então não cabe a ela decidir.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Primeira tentativa.


Pensei que gostaria de ser capaz de escrever...
Colocar em palavras o que eu penso e tal...
Resolvi, na tentativa de colocar algumas coisas pra fora, escrever e pronto!

Não... isso não vai ter divulgação nenhuma, mas tenho certeza que, em madrugadas solitárias, quando me encontrar sem ninguém pra conversar e apenas com meus pensamentos me atormentando, vou encontrar nesse pequeno lugar na internet um abrigo.

Meus pensamentos são mundanos,
Minha escrita é pobre e infantil...
Assim sendo, não espere muito disso aqui.