quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Gente é muito bom, Gente deve ser o bom... Tem de se cuidar, de se respeitar o bom¹

"Enquanto os homens exercem seus podres poderes
Motos e fuscas avançam os
sinais vermelhos
E perdem os verdes
Somos uns boçais"²

EGOÍSMO
Acepções■
substantivo masculino
1 amor exagerado aos próprios valores e interesses a despeito dos de outrem
2 exclusivismo que leva uma pessoa a se tomar como referência a tudo; excessiva vaidade, pretensão, orgulho, presunção

O problema é que o umbigo de cada um é maior que o mundo...
O problema é que na hora de pensar que as necessidades dos outros... bom... necessidades dos outros?

Assim não pode, assim não dá!

Não estou me colocando fora dessa, de jeito nenhum. Sou, inclusive, uma das pessoas mais egoístas que eu conheço... mas queridos, quando se sabe que é egoísta, o egoísmo dos outros torna-se infinitamente mais claro.
Não tenho como pretensão, nesse texto, resolver problemas... arrumar conclusões para nada. Quero apenas xingar... só isso mesmo!
E como ando amiga de clichês, devo dizer que "Navegar é preciso, Viver não é preciso"³ e eu não quero mais me decepcionar, então, da próxima vez que você resolver tomar uma atitude, da próxima vez que algum ato seu for infuenciar na vida dos outros, simplesmente me poupe!
E se eu fizer o mesmo, me xingue! Grite comigo... me bata! Qualquer coisa! Mesmo... por que eu não quero sair por aí decepcionando pessoas.
As pessoas, uma vez decepcionadas, demoram para recobrar uma visão otimista do mundo.

E tudo se torna feio... chato... desagradável.

Acha exagero? Decepcione-se, não é tão difícil, é só conviver com pessoas.

¹Gente - Caetano Veloso

²Podres Poderes - Caetano Veloso

³Argonautas - Caetano Veloso

terça-feira, 11 de setembro de 2007

clichê: o mesmo que chavão e lugar-comum.



"Oh! meu bem-amado
Quero fazer-te um juramento, uma canção
Eu prometo, por toda a minha vida
Ser somente tua e amar-te como nunca
Ninguém jamais amou"¹


Queria um amor de clichês.
Um amor de eu-te-amo's e vamos-ficar-juntos-para-sempre's.
Em que as brigas terminassem em risadas e os aniversários fosse extensamente comemorados.

Presentes...
Flores, flores, flores!
Declarações públicas de amor.

Ele me acharia linda... sempre... me acharia irresistível de cabelo preso e pijama, unhas mal feitas e sem maquiagem.

Jantaríamos a luz de velas todos os dias. Cinema, bar... vinhos à dois.

Dançaríamos demais... como bobos... pela sala e pela cozinha.
Riríamos de coisa alguma... juntos... faríamos tudo juntos.
Teríamos milhares de piadas internas que ninguém mais entenderia... mas isso não importaria às pessoas, elas veriam a beleza e a profundidade de nosso amor, e achariam nossa telepatia adorável.

Queria um amor de clichês que durasse para sempre.
Uma casa com cerquinhas brancas e um céu azul roial.

¹Por Toda a Minha Vida - Antonio Carlos Jobim / Vinicius De Moraes

terça-feira, 4 de setembro de 2007

"Todo dia ela faz tudo sempre igual..." ¹


"Todo dia ela diz que é pra eu me cuidar
E essas coisas que diz toda mulher
Diz que está me esperando pro jantar
E me beija com a boca de café" ¹

Ela estava sozinha... ela sempre estava sozinha.
A música que tocava no último volume dizia o que ela tinha vontade de dizer.
("this neat little domestic life ... is for meeee!!!!"²)

Imaginava acordar todo dia ao lado do mesmo homem, e que isso se tornaria tão comum que não seria mais com o mesmo encantamento que ela notaria sua cara de sono, seu modo de despertar.

Mas ela pensava que faria de tudo para se encantar todos os dias.

Imaginava seu humor matinal, seu jeito de espreguiçar e a preguiça de escovar os dentes mas a imensa vontade de beija-lo.
A vontade iria desaparecer, o jeito de espreguiçar se tornaria irritante e, o humor matinal, cansativo.

Mas ela pensava que faria de tudo para se encantar todos os dias.

Imaginava, ainda, a pressa para se aprontar, a falta de tempo para tomar café, a torneira quebrada e a falta de dinheiro... imaginava os problemas... só problemas... mil problemas.

Mas ali, sozinha, lembrando-se de frases de uma música em que um certo poeta parnasiano falava sobre a repetição dos fatos da vida, ela pensava que faria de tudo para se encantar todos os dias.

¹Cotidiano - Chico Buarque
²Neat Little Domestic Life - Of Montreal

domingo, 2 de setembro de 2007

Será que dá pra desaparecer???

Como pode existir uma pessoa assim, meu deus?!
Como é possível tanta falta do que fazer em uma pessoa só?!

Garota, você perdeu, entenda isso!
Vá viver sua vida e me deixe em paz!
Váarrumar um hobby, faça artesanato, corte-costura... não importa!
Ocupe-se e me deixe em paz!

Pronto! Precisava desabafar!

Agora você, meu querido... você é culpado disso tudo! Você é responsável por cada pedacinho dessa minha neurose! Você que deu corda, deu bola para tamanha loucura!

Virtual o cacete! Essa sensação na boca do estômago é bem real!