terça-feira, 5 de agosto de 2008

Bolivia e Peru: uma longa narrativa. [Parte 2]

Bom, paramos na ida a Potosí!
O caminho de ônibus foi tranquilo até (tranquilo querendo dizer que não aconteceu nada demais... mas lembrem-se: as estradas da Bolívia não são asfaltadas, elas são todas duas mãos mas com uma pista só e os ônibus são mais ou menos do início da década de 90, além de serem todas na beira do abismo com risco de queda sempre ali).

Potosí é uma cidade lindinha (sim, eu já falei isso de Sucre... mas Potosí é ainda mais bonitinha!), com duas praças principais, uma do lado da outra e uma catedral.

Foi uma cidade muito rica na época da exploração da prata pelos espanhóis, e dizem as más línguas que a quantidade de prata extraída de lá é suficiente para construir uma ponte até a Espanha, e que uma ponte ainda maior pode ser construida com os ossos dos índios que morreram nas minas do Cerro Rico de Potosí.

Bom, como boas turistas que somos, fomos conhecer a atração turística da cidade: as minas.
Era um domingo, os mineiros não estavam trabalhando... estavam sentados tomando uma cervejinha... mas a visita à mina foi impressionante! É uma realidade que não dá para imaginar! Eles ficam lá dentro o dia inteiro... mascando folha de coca... sem comer nada e trabalhando e torcendo para encontrar um pedação de prata que faça aquilo tudo valer a pena!
Depois de conhecer tudo por lá, ainda tomamos um traguinho com os mineiros (eles bebem álcool à 96°!!!!!).

Agora o trecho Potosí-Uyuni ou "A Pior Viagem da Minha Vida":



Primeiro sentamos eu e a de um lado, e a Maíra e um lugar vazio do outro...
A piada era qual seria a surpresa que sentaria ali...
E foi uma surpresa... ah, e que surpresa!
No começo parecia um bêbado qualquer... falando nada com nada e pronto... pensamos que ele logo ia dormir e calar a boca. Mas ele continuou falando, e a gente ignorando, até que a Maíra não aguentou e mudou de lugar. Foi aí que eu comecei a ouvir, ele dizia calmamente que assim que a gente chegasse no Uyuni ele ia convidar a gente pra ir a casa dele, e que chegando lá ele ia nos matar... que ele tinha pistolas em casa...
Resumo: 5 horas de olhos arregalados, o bêbado cheirando nosso cangote e a batendo nele com uma garrafa de dois litros de água. Eu estava com tanto medo que, devo confessar, chorei! (tá tá... isso não é novidade, mas dessa vez foi de desespero, sem outra explicação!).
Aí surgiu nossa salvação: uma irlandesa imensa acendeu a lanterna na cara do bêbado e empurrou ele pra trás!!!
Chegamos no Uyuni, -35°C, pegamos um táxi e fomos ao hotel, onde fomos atendidas por outro bêbado!!! Mas desse eu não vou nem comentar... nosso cansaço era tanto que a cama era a única coisa que aparecia na nossa frente!
Mas no dia seguinte deu tudo certo... e saímos para um dos lugares mais lindos da terra!
Que, adivinhem, ficará para a próxima!!!


Um comentário:

Paola disse...

Estou gostando!!!!!
(a mancha sob seus pés na frente do ônibus são lágrimas?)
Não vai me deixar aqui por muito tempo, hein?
Beijocas